A saúde de Rio Negro é um assunto que preocupa comunidade em geral há muito tempo, a maternidade fechou, o Hospital Bom Jesus passa por uma crise financeira, entre outros problemas. Por isso, na manhã de quinta-feira, 4, ocorreu reunião para debater estas questões. Estiveram presentes na reunião o prefeito, Milton Paizani, o pastor da comunidade Luterana, Jairo L. M. dos Santos, dois jornais locais e representando a comunidade, José Hélio Westarb. Foram convidas mais entidades e direção do hospital Bom Jesus, porém não compareceram para reunião.

Hospital e Maternidade

O Hospital Bom Jesus está passando por problemas financeiros desde 2003. Em 2003, a Maternidade de Rio Negro fechou suas portas. O prefeito da época, Ari Siqueira, resolveu mudar a maternidade para o Hospital Bom Jesus para não ter que fechar. Nesta época, a Prefeitura resolveu fazer a contabilidade da instituição e com isso constataram a real crise financeira do hospital. E ao unir as duas instituições aumentaram o gasto para o hospital já falido. Assim piorando a situação de ambas as entidades, obrigando fechar a Maternidade neste ano.

Atualmente as dividas do Hospital Bom Jesus é 90% de luz e água.  As contas de luz que devem para a CELESC estão negociando por intermédio do secretário de Desenvolvimento Regional, Wellington Bielecki. Já as contas de água da SANEPAR estão negociando desconto, o prefeito, Milton Paizani, acredita que podem conseguir 70% ou até mesmo 100% de desconto da dívida.

As dívidas pretéritas, a entidades de classe junto com um representante do executivo rionegrense, estão agendando reuniões com empresários na Prefeitura para expor a situação do hospital e pedir ajuda dos mesmos. A proposta é que os empresários assumam dividas, por exemplo, paguem uma porcentagem ou parcela de alguma conta.

A Prefeitura por autorização do Ministério Público pagou os salários atrasados dos funcionários do hospital, mesmo que sejam notificados pelo Tribunal de Contas. O Governo Federal irá fornecer uma verba de R$1,5 milhão até R$ 2 milhões para reforma. Segundo Paizani, este mês os engenheiros da Secretaria da Saúde do Estado irão fazer a vistoria no hospital e elaborar projetos dentro dos padrões da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). E também este ano será construído o Arco Cirúrgico.

Cronograma de soluções

A atual gestão de Rio Negro, primeiro irá resolver os problemas do Pronto Atendimento. Aumentou o valor da verba repassada ao PA que era de R$ 65 mil para R$ 250 mil.

O segundo ponto é viabilizar o hospital Bom Jesus e a maternidade.  Esta viabilização ocorrerá através da verba de R$ 1,5 milhão do estado para reforma do hospital, a direção da instituição acredita que para o ideal seria R$ 8 milhões. E a solução será criar um centro de média complexidade de traumatologia, pois o governo do estado se responsabiliza por centros de média complexidade. Assim, conseguindo verbas para equipamentos do governo federal e fazer com que o governo do estado seja o responsável financeiro pelo hospital.

Também estão buscando parceria entre as cidades-irmãs, Mafra e Rio Negro, para dividir os atendimentos. Os mais graves iriam para Mafra, pois poderá ser credenciado em atendimentos de alta complexidade em traumatologia e os com casos menos graves (média complexidade) viriam para Rio Negro.

Durante a reunião, José Hélio Westarb, deu a sugestão para conseguirem fundos para hospital e maternidade. Reunir todos os empresários e pedir uma contribuição mensal de 0,5% do seu lucro e uma doação de R$ 2 mensais dos funcionários destas empresas. Assim, juntariam grandes quantias e metade iria para hospital e a outra para maternidade. Também estender essa arrecadação para empresas de Mafra, daí dividir o lucro entre uma instituição rionegrense outra mafrense.

Unidade de Pronto Atendimento (UPA)

No segundo semestre de 2011, as obras da Unidade de Pronto Atendimento de Rio Negro (UPA/RN) iniciaram. Ao todo foi um investimento de quase R$ 1,4 milhão através da parceria entre o município e o Governo Federal. O gasto inicial foi R$ 333.820,00 na aquisição de terreno e a obra calculada em R$ 1.649.030,16.

No entanto, as obras foram paralisadas pela empresa vencedora da licitação por volta de setembro de 2012, por determinação da própria Administração Municipal. O motivo da suspensão da obra foi pequenas falhas encontradas no projeto e, também, solicitação de um aditivo financeiro por parte da empresa, demonstrando a defasagem de valores dos materiais necessários para execução da construção, em relação ao preço de mercado. Por isso, foram gastos em projetos complementares R$ 62.010,02.

Sobre este gasto complementar de aproximados R$62 mil, o Ministério Público está investigando e querem que a empresa responsável pela obra devolva.

Neste ano, foi observado que havia erro no projeto, estavam construindo uma UPA com tamanho de porte 2, ao invés de uma de porte 1. Isto é, uma UPA de porte 1 tem 700 m² e a verba que veio foi para a construção desse tamanho, mas o projeto é de 1300 m² que compromete o valor total da verba por ter quase o dobro do tamanho (porte 2).

Com obras que inicialmente deveriam ter sido concluídas em 2012 e conclusão da mesma exigirá cerca de R$ 1,4 milhão por parte da Prefeitura, será preciso nova licitação. O governo federal deu o prazo de até setembro de 2014 para que a UPA esteja pronta ou o valor investido deve ser devolvido.

Segundo o prefeito Paizani, este dinheiro terá que sair dos cofres do município, cortes em outras áreas serão feitos, pois se o município não concluir a UPA terá que devolver o dinheiro inicialmente investido, porém o chefe do executivo rionengrense acredita  que pelos simples fato de reativar a obra e dar sequencia a ela, além de não precisar restituir os valores inicialmente investidos, poderá ainda conseguir negociar um maior prazo para a conclusão da obra. Milton entende que a UPA é fundamental para a população rionegrense e vale todo este esforço. Finalizou.

Durante a reunião, o jornal Gazeta de Riomafra perguntou sobre a auditória feita pela gestão anterior e quais resultados que tiveram, sobre as dividas trabalhistas e tributárias do Hospital Bom Jesus. Também foi questionado como a instituição não tinha uma contabilidade e como deixam chegar neste ponto tão crítico. Outro fator questiona era o porquê da direção do hospital não comparecer na reunião. Todas as perguntas não tiveram respostas satisfatórias.