Quinta-feira é o “Dia do Trabalhador”, dia de folga para levantar mais tarde, acompanhar nossa tradicional Corrida Wilson Buch, aproveitar as horas de uma forma diferente daquela habitual da rotina semanal, um feriado, mais do que merecido, para se comemorar a dia de todos nós trabalhadores.

E trabalho é uma coisa que, diga-se, pra lá de comum à nossa gente, um povo incansável, trabalhador e dedicado, que muito bem atua nas diversas áreas que nossa Riomafra apresenta em termos profissionais.

Não só característica da nossa população atual, o trabalho está ligado intimamente também a própria história riomafrense, afinal os tropeiros que por aqui passavam, já há séculos atrás, estavam nada mais que trabalhando. Ou como a abertura da Estrada da Mata, chefiada pelo Barão de Antonina (década de 1820) e realizada sob a força dos braços de inúmeros operários instalados inicialmente no Abarracamento do São Lourenço; e ainda mesmo, na fundação do núcleo de povoamento que deu origem à Rio Negro e Mafra, uma tarefa dada pelo Presidente da então Província de São Paulo ao Barão, algo não feito por simples ideologia, mas uma tarefa contratual, paga e portanto, fruto do trabalho.

E nesses 200 anos, muitos, mas muitos mesmo são os exemplos e histórias de trabalhadores que marcam as nossas cidades, basta uma olhadinha nos nossos brasões municipais: Como o lema rionegrense “Trabalho, fé e esperança” e, as chaminés, engrenagens e árvores no brasão mafrense, símbolos do trabalho da nossa gente.

Se também entre os desenhos que compõe o brasão mafrense, os trilhos de trem são uma presença marcante e, se não podemos pensar em trabalho somente após a conclusão de uma ferrovia (porque sua construção requer muito esforço), é junto lembrar um pouco dessas pessoas que, durante muito tempo e a custa de muito suor, realizaram suas tarefas profissionais.

É inegável que o trabalho de engenharia necessário à instalação dos trilhos da ferrovia constitui em uma árdua tarefa, que exige o emprego de ferramentas e máquinas pesadas, pois as adequações do terreno, o transporte de trilhos e dormentes, assim como a construção de túneis e pontes ficaria em muito comprometida sem eles.

Mas, em meio a tudo isso, a força operativa de máquinas e mesmo o esforço físico em algumas tarefas continua presente nessas obras, se imaginarmos que o trecho mais recente de nossa malha ferroviária data do final da década de 1960 (construído ainda pelo Batalhão Mauá), que o trecho que nos liga a São Francisco do Sul e a Três Barras é de 1912 e, que o chamado ramal do Rio Negro, que ligava nossa cidade ao entroncamento que levava à Curitiba aos Campos Gerais, foi inaugurado em 1895 (há quase 120 anos), chegamos a rápida conclusão de que aqui trabalharam realmente muitas máquinas, assim como a muita gente, cuja importância da força muscular foi sempre proporcional aos anos com que se distanciam da atualidade.

Assim, se pás e braços foram tão necessárias quanto as pernas e o equilíbrio (pra não dizer coragem, força e coisas do gênero) de nossos trabalhadores nas obras de terraplanagem do 2º Batalhão Ferroviário, o que dizer da abertura, do corte do morro pedregoso da “Pirambeira”, em Rio Negro no início do século passado, onde a tecnologia disponível estava em um estágio bem “menos desenvolvido”.

E, para quem hoje acha que a vida de produtor rural, apesar do maquinário existente (que não é do alcance de todos, é claro) é desgastante, pela rotina e esforço, lembre que essa atividade também está arraigada em nossa cidade, se perdendo no tempo e povoando a história da maior parte de nossos imigrantes, trazidos com o intuito não só de colonizar, como de desenvolver a produção agrícola, afinal, sua instalação não se deu no meio da cidade, mas sim em lotes para cultivo, localizados nos arredores de riomafra.

Serviços que apesar do emprego de animais (que não é do alcance de todos, é claro) exigiam muito esforço, pois boa parte das áreas de cultivo teve de ser desmatada, preparada a cada ano e colhida, sob o sol, com o uso de ferramentas manuais, à custa de muito esforço, muita dor e suor, isso, sem muitas vezes, obter o resultado esperado, por motivos climáticos, técnicos ou mesmo da qualidade da terra a eles cedida.

E inúmeros outros, de passado e presente, são os casos que poderíamos citar como exemplos do “trabalhador riomafrense”, pessoas que trabalham duro (independente da área de atuação), que se dedicam, que constroem, sob todas as dificuldades existentes em seu caminho, a nossa cidade e que tem nesse 1º de maio, a sua mais do merecida homenagem.

Parabéns trabalhador!