Não uma exclusividade rionegrense, o “Senhor Bom Jesus” é padroeiro de mais de 200 igrejas no Brasil, nas quais pode-se verificar as diferentes invocações, que quase em sua totalidade, assumem representações de episódios da Paixão de Cristo, não se limitando a imagem original da  crucificação, figurando assim como “Bom Jesus dos Passos” (levando a cruz), “Bom Jesus do Horto” (no Jardim das Oliveiras), “Bom Jesus da Pedra Fria” (representado sentado) e, dentre tantos outros, o nosso tradicional “Bom Jesus da Coluna”, retratado na cena em que Pilatos o apresentou ao povo, coberto com o manto púrpura, amarrado e coroado de espinhos, após a flagelação.

Seja a representação de Cristo como “Bom Jesus da Coluna” adotada em Riomafra, inspirada ou originada do grupo militar (Coluna) encarregado da segurança dos trabalhadores responsáveis pela abertura da Estrada da Mata; da Coluna militar comandada pelo Brigadeiro Francisco Xavier da Cunha, que partindo daqui, pôs-se em combate na Revolução Farroupilha; ou ainda; de devoção trazida por imigrantes alemães que aqui se estabeleceram; a religiosidade esteve sempre presente em nossa sociedade, dos primórdios da colonização aos dias atuais.

No caso em questão, essa religiosidade, mais do que algo cultural/espiritual, foi materializada por meio da construção de templos, cuja imponente igreja matriz de Rio Negro, localizada na praça Coronel Buarque é fruto da sucessão de igrejas e capelas que ao longo do tempo foram erguidas em louvor ao Senhor Bom Jesus da Coluna.

Da capela temporária na margem direita (Rio Negro) à capela construída em madeira no ano de 1831, na margem esquerda (Mafra), que por volta de 1859 foi transladada para o outro lado do rio (lado rionegrense).

Essa capela resistiu até 1879, quando desgastada pelo tempo deu lugar a uma construção mais sólida, feita em alvenaria, esta que por sua vez, não mais comportando o número de fiéis, foi substituída pela atual igreja matriz por volta de 1916.

Hoje, o Senhor Bom Jesus da Coluna é símbolo da fé, da devoção e da história de um povo único, Riomafrense, que transcende as fronteiras políticas e é marca centenária de nossas cidades.