Dados da cidade de Rio Negro - Paraná

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  • Rio Negro – 144 anos de histórias e conquistas de um povo ordeiro e trabalhador

    A cidade de Rio Negro outrora pertencente a São Paulo, como parte integrante da antiga Comarca de Paranaguá e Curitiba, hoje Estado do Paraná, era habitada nos seus primórdios pelos índios botocudos, que dominavam as matas da encosta marítima da Serra do Mar até o rio Timbó, nas bacias dos rios Negro e Iguaçu ao norte, até o rio do Peixe, na Bacia do Pelotas, ao sul.

    Esta região era atravessada por tropeiros que conduziam o gado de Viamão, Rio Grande do Sul, à Sorocaba, em São Paulo. Devido aos prejuízos vultuosos e perigos causados pelos difíceis caminhos abertos pelo próprio gado, em 1816 os tropeiros requerem junto a D. João VI a abertura de uma estrada ligando a Estrada do Campo do Tenente (Lapa), no Paraná, à Campo Alto (Lages), em Santa Catarina.

    O que existia com o nome de “Estrada da Mata” era tão somente uma vereda aberta pelo próprio gado, só trilhada quando necessário. A história de Rio Negro confunde-se com a da “Estrada da Mata”, aonde passavam os bravos tropeiros, conduzindo o gado.

    Em 1826 é iniciada a construção da “Estrada da Mata”, sendo João da Silva Machado, futuro “Barão de Antonina”, o responsável pela obra e fiscalização dos trabalhadores.

    Depois dos tropeiros foram chegando os imigrantes a então “Capela da Mata”. A elevação da Capela Provisória à Capela Curada data de 26 de julho de 1828. Rio Negro passou de Capela Curada à Freguesia do Senhor Bom Jesus de Rio Negro em 28 de fevereiro de 1838 e, elevada à Vila, em 02 de abril de 1870.

    No dia 15 de novembro de 1870 fez-se a primeira eleição de vereadores e a 15 de novembro do mesmo ano deu-se a instalação do Município de Rio Negro, com a posse da primeira Câmara de Vereadores.

    Em 1916, com o fim da Guerra do Contestado, foi estabelecido o acordo de limites entre Paraná e Santa Catarina, e parte do município de Rio Negro foi desmembrada originando as cidades de Itaiópolis, Três Barras e Mafra.

    Tropeiros

    Em Rio Negro existe o Clube de Tropeiros “Estrada da Mata”, que tem por objetivo resgatar a história dos tropeiros e do município, como surgiram, quais os primeiros moradores, sua etnia e manter um relacionamento de confraternização, amizade e lealdade, preservando os costumes e tradição do tropeirismo.

    Os alemães

    Em Rio Negro, onde existia um pequeno povoado com o nome de “Capela da Estrada da Mata” com 108 moradores em 1828, localizaram-se famílias alemãs, que teriam embarcado no veleiro alemão Charlote Louise em 30 de junho de 1828, portanto de conformidade com os planos do Governo Imperial em atrair imigrantes europeus ao nosso país. Apesar de terem aportado no Rio de Janeiro em 02 de outubro, somente em janeiro de 1829 chegaram em Antonina, e seu destino foi alcançado em 06 de fevereiro de 1829.

    Houve duas remessas de colonos alemães para Rio Negro, a pedido do Barão de Antonina que, “para garantir a subsistência própria, tiveram de derrubar as matas, deslocar terras para revolvê-la e plantar o cereal necessário à vida”. Com a chegada desses colonos, a povoação ganha impulso e cria um movimento notável para a época.

    Os bucovinos

    A origem dos bucovinos está na Baviera (Bayerischerwald), sul da Alemanha, de onde emigraram para o Böhmerwald (na Boêmia, atualmente República Tcheca) em fins do século XVIII. Em 1838/1840, foram para a Bucovina, hoje Romênia.

    Em 1887 e 1888, imigraram para o Brasil, em duas levas, mais especificadamente, Rio Negro (PR) num total de 77 famílias, 377 pessoas onde realizaram as tarefas de desbravamento, a começar pela derrubada das matas para o plantio e estabelecimento de sua cultura. Os bucovinos ocuparam largo setor de atividades econômicas conquistando relativa prosperidade, conservando, porém, algumas características específicas, representadas, sobretudo pela língua, tradições e costumes.

    Os poloneses

    Em 1890 Rio Negro recebeu uma grande leva de colonos poloneses destinados à colônia Lucena, então pertencente a Rio Negro.

    Hoje a antiga colônia pertence ao próspero município de Itaiópolis, Santa Catarina, desmembrado de Rio Negro através do Acordo de Limites entre Paraná e Santa Catarina, em 1916.

    Os imigrantes poloneses marcaram sua forte presença no município em 1891. Alojaram-se em um barracão, às margens do rio Negro, onde viviam com imigrantes de outras origens em condições precárias. Foram surpreendidos por uma enchente avassaladora, quando o representante dos imigrantes, registrava em cartório um ou dois mortos, todos os dias. Assim as epidemias causadas pós-enchente mataram mais de trezentos imigrantes poloneses, sem contar os que foram mortos por ocasião do Cerco da Lapa, quando lutaram como verdadeiros heróis.

    O próprio “rio Negro”

    O rio Negro é um rio brasileiro da bacia hidrográfica do rio Paraná, que banha os estados do Paraná e de Santa Catarina, fazendo parte da divisa entre estes estados, por toda sua extensão.

    Nasce na Serra do Mar a menos de 20 quilômetros do Oceano Atlântico, mas corre de leste para oeste numa extensão de mais ou menos 300 quilômetros, recebendo como afluentes principais pela margem esquerda o rio Bateias, rio Preto, os dois rios chamados rio Negrinho, o rio São Bento, o rio da Lança entre outros. Pela sua margem direita recebe o Rio da Várzea, o rio Piên, o rio Passa Três. Próximo à cidade de Canoinhas, aflui o rio Canoinhas. Acaba por se unir ao rio Iguaçu.

    Importante fonte de água para os municípios por onde passa, no passado foi navegável em boa parte de seu leito e era usado no transporte de erva mate. É fonte de areia para construção civil, sendo minerada nas vargens marginais assim como na própria calha do rio (nesta já não é tão frequente como foi no passado). Também é explorada a argila de suas margens para uso na indústria cerâmica. Já foi personagem de grandes enchentes, destacando-se as dos anos de 1983 e 1992, quando chegou a atingir a marca de mais de 18 metros. O rio Negro, neste trecho, tem qualidade da água avaliada pelo Instituto Ambiental do Paraná – IAP como classe 02, ou seja, pode ser utilizada para o consumo desde que adequadamente tratada, tarefa essa de responsabilidade da Companhia de Saneamento do Paraná – Sanepar.

    Entre os municípios de Rio Negro e Mafra, existem a ponte metálica Dr. Dinis Assis Henning, a ponte Coronel Rodrigo Ajace e a ponte interestadual Engenheiro Moacyr Gomes e Souza na BR-116, conhecida como “ponte dos peixinhos”. O rio Negro possui grande variedade de peixes – lambaris, bagres, mandis, traíras e carpas, sendo que estas chegam a pesar mais de 20 kg.

    Conheça alguns pontos turísticos da cidade

    Trilhas: De aproximadamente 4.830 m, sendo usada anteriormente pelos antigos franciscanos. Atualmente as pessoas vão fazer caminhadas e educação ambiental. Pode-se vislumbrar a Gruta Nossa Senhora de Lourdes e o antigo Campo Santo onde no passado eram sepultados os padres que viviam no seminário.

    Centro Ambiental Casa Branca: Voltado para os estudos e pesquisas da fauna e flora locais, oferece informações e atividades na área ambiental para integração da comunidade com os recursos naturais do parque.

    Seminário Seráfico São Luiz de Tolosa: Exemplar mais significativo da arquitetura municipal, tem suas origens ligadas à história e a cultura não só do município, mas de toda a região. Construída em arquitetura alemã, com o interior em estuque, isto é, uma mistura de gesso, água e cola, sobre uma camada de lâmina de madeira. Com 7200 m distribuídos em três pavimentos, sendo que, sua pedra fundamental foi lançada em 1918, e a construção concluída em 1923.

    Capela Cônego José Ernser: Localizada no antigo Seminário. Sua arquitetura é de estilo eclético, seu interior é constituído de pintura mural em técnicas de óleo sobre tela, têmpera mural e pinturas feitas à base de cal, no período de 1932 a 1935 por Pedro Cechet. Restaurada, foi reinaugurada em 2000.

    Presépio em Palha de Milho: Obra do artista alemão Meinrad Horn, o maior presépio em palha de milho do mundo, conta com aproximadamente 1.700 personagens, fora as peças que compõem o cenário criado com palha de milho, isopor, madeira e tecido. A obra objetiva transportar os visitantes para a cidade de Belém dos tempos do nascimento de Jesus. Aberto ao público desde novembro de 2000 é uma verdadeira obra prima pela riqueza de detalhes.

    Loja de Artesanato: Pertencente a ASSOART: Comercializa artesanato além de produtos locais. Procedimentos para visitação.

    Ponte Metálica “Dr. Diniz Assis Henning”: As duas margens do rio, que após a questão do Contestado, passaram a pertencer à margem direita ao Paraná e a margem esquerda a Santa Catarina, formando assim os municípios: Rio Negro (PR) e Mafra (SC).

    Igreja Matriz Senhor Bom Jesus da Coluna: É um dos templos católicos mais belos do Paraná. Construída e inaugurada em 1916 pelo padre José Ernser. A Praça da Igreja foi feita por ocasião do Centenário da Colonização Alemã (1929) e os três sinos de aço da torre foram adquiridos na Alemanha em 1930.

    Igreja Nossa Senhora Aparecida: Inaugurada em 12 de junho de 1979, o projeto leva o nome do arquiteto Rubens Meister, de linhas arrojadas, representa uma cápsula de foguete espacial. Localiza-se no Bairro Bom Jesus.

    O caminho até a emancipação

    A História anterior aos 144 anos

    Uma obra pública revindicada a longa data, essencial à impulsão do comércio e desenvolvimento de toda uma região, cujo construtor foi indicado politicamente e, que devido a questões políticas levou seis anos desde a emissão da ordem de construção até ser realmente iniciada, a descrição, que a princípio parece tratar-se de algo bem atual no Brasil, na realidade marca o princípio da história rionegrense, uma história que completa 142 anos nesta semana, mas que pode ser contada desde muito antes, com a construção da Estrada da Mata.

    Para entender o caminho que o município de Rio Negro percorreu até sua emancipação em 1870, fato que no dia 15 de novembro completa seu 144° aniversário, se faz necessário lançar olhares para um período um pouco mais distante no tempo, época na qual a necessidade de abertura de uma estrada rasgando o desabitado sertão do sul, levou à fundação daquele povoado às margens do rio Negro.

    A precariedade de antigos caminhos traçados em regiões desabitadas, ligando o Rio Grande à São Paulo, assim como ocasionar demora à viagem, oferecia grandes riscos, como a falta de assistência e inclusive o ataque de índios. Isso fez com que proprietários das tropas de gado e muares, conduzidas de Viamão até as feiras de Sorocaba para serem comercializadas, fizessem da construção de uma estrada ligando as duas províncias, uma revindicação de longa data junto às autoridades políticas.

    Após algum tempo, o pedido mereceu a atenção do rei de Portugal, Dom João VI, que residente no Brasil desde 1808, ordenou ao Governador de São Paulo, em 1820, a construção do chamado Caminho da Mata do Campo do Tenente (Lapa) à Campo Alto (Lages), sendo por este, indicado o nome de João da Silva Machado (futuro Barão de Antonina) como responsável para a concretização tal tarefa. Um obra que além da abertura da estrada em meio à mata, exigiria a construção de pontes e pontilhões sobre os mais de 120 cursos d’àgua existentes no caminho e a necessidade de proteção aos trabalhadores, uma vez que, segundo palavras da época, a zona estava “infestada de gentios” (índios).

    Porém a colocação do intuito em prática teve que aguardar mais algum tempo, pois grandes mudanças na política nacional marcariam o período: Dom João retornou à Portugal em 1821, para manter a coroa lusitana, Dom Pedro, seu filho, permaneceu como Príncipe Regente e proclamou a independência brasileira no ano seguinte (tornando-se imperador), o que resultou em mudanças administrativas e políticas no país agora independente.

    Em 1825, o Presidente da Província de São Paulo (vale esclarecer que o território paulista fazia fronteira com o Rio Grande do Sul) emitiu ordem para a criação para a criação de uma povoação no sertão e, somente no ano seguinte, com aprovação do projeto de construção, nomeção do Barão de Antonina como administrador e, a construção do Abarracamento do “São Lourenço” (na atual localidade mafrense de mesmo nome),  é que finalmente a Estrada da Mata passa efetivamente a ser construída.

    Com a transferência da sede dos trabalhos para as proximidades do rio Negro, ergueu-se  em 1828,  na margem esquerda, nas proximidades do local onde atualmente acha-se a praça Hercílio Luz, a capela Curada, reforçando o povoamento local, que contava naquele momento com mais de 160 residências. Em 1829, juntaram-se àquela povoação em formação, centenas de imigrantes alemães vindos da cidade de Trier, assim como o Registro (fiscalização) das tropas foi transferido de Curitiba para Rio Negro.

    O crescimento da população fez com que em 1838, Rio Negro passasse da condição de Capela à Frequesia (Paróquia), com a criação, por decreto, da Freguesia do Senhor Bom Jesus do Rio Negro no município de Vila do Príncipe (uma vez que seu território pertencia à Lapa), demonstrando bem o alinhamento da estrutura civil à estrutura religiosa católica existente durante o período imperial – à época as províncias (estados) eram divididas em Vilas (municípios), que por sua vez eram divididas em Freguesias (Paróquias.)

    Mas foi em 1870 que Rio Negro obteve sua autonomia. Em 02 de abril a Assembléia Provincial do Paraná decretou a criação do município, elevando a até então Freguesia à categoria de Vila, procedendo-se então (15 de setembro) a eleição dos membros da primeira Câmara Municipal, presidida pelo Comendador João de Oliveira Franco.

    A 15 de novembro de 1870, com a realização da solenidade de posse dos camaristas (vereadores) eleitos, na Câmara da Vila do Príncipe, que a emancipação política oficializou-se, assim, agora como Vila, a antiga Freguesia adquiria a sua autonomia político-administrativa, passando a constituir a Câmara de Vereadores, órgão que indicava a existência da célula político-administrativa, com direito de cobrar impostos, editar leis, constituir comarca e possuir delegacia – iniciava o primeiro, dos 142 anos comemorados nesta semana.

    Texto por Fábio Reimão de Mello (Professor e Historiador)

    A Rio Negro do século XIX

    Compor em nossa mente um cenário que retrate Rio Negro na época de sua emancipação (1870) é com certeza um desafio, não somente pelos dados históricos que um texto com tal objetivo deve conter, como também por outros fatores, como a clareza, a simplicidade e mesmo a credibilidade de quem relata aquele momento, o que ainda pode ser somado ao fato de ter sido escrito na época em questão, por pesoas que viveram aquele momento histórico, o relatório enviado em 1887 pela Câmara de Rio Negro, então presidida por João Vieira Ribas, ao Presidente da Província do Paraná (Governador do Estado), Joaquim d’Almeida Faria Sobrinho, constitui-se em relato que permite a visualização do contexto rionegrense no final do século 19.

    Com essa finalidade, o texto, com as adaptações necessárias à melhoria de sua compreensão, é transcrito a seguir:

    A população desta Paróquia, que é dividida em vinte e sete quarteirões, é de cerca de 8.000 almas; a área do terreno da Paróquia é calculada em trezentas léguas quadradas (quase 7.000 km2). Existem além da Vila, os povoados seguintes: Campo do Tenente, Lençol, Piên. Além destes povoados temos muitas outras reuniões de casas formando pequenos bairros por todo o Município.

    Esta Vila está situada em ambas as margens do rio Negro, que dá nome a esta Vila; faz-se o trânsito de uma a outra margem em canoas e uma balsa, existe um passador pago, tudo sob custeio da Província, é sensível a falta de uma ponte sobre o rio.

    Temos uma igreja na margem direita e embora seja pequena, é uma construção sólida e limpa, sendo o padroeiro dela o Senhor Bom Jesus da Coluna.

    Esta Vila dista do município mais vizinho (cidade da Lapa) 44 quilômetros, percorre a zona entre ambos os municípios, uma estrada carroçável, tendo sobre o rio denominado da “várzea”, uma ponte importante (calcula-se em 500 metros de extensão) construída de madeira. Temos a estrada denominada “da mata” por onde transitam tropas de cargueiros e alguns milhares de animais cavalares e muares que vem do Sul e se dirigem à Feira de Sorocaba, onde são vendidos (na Província de São Paulo). Temos outra estrada que se dirige à Colônia de São Bento e Província de Santa Catarina, onde há um grande trânsito devido ao comércio do mate.

    Neste Município dedicam-se à lavoura, plantam milho, feijão, centeio e fumo, também criam animais vacuns, cavalares e muares. Em 1828 já existiam alguns moradores neste Município, todos brasileiros. Por Portaria do Bispo D. Manoel Joaquim Gonçalves de Andrade, a favor do Sargento-Mor João da Silva Machado, mais tarde Barão de Antonina, datada de 22 de junho de 1828, foi construida uma capela com a denominação de “Capela da Mata do Caminho do Sul”, que foi em 1859 transferida para a margem direita, onde acha-se atualmente.

    Em 1829, a 6 de fevereiro, chegaram a este ponto 12 famílias alemãs, todas naturais de Trier, num total de 60 pessoas, sendo 23 maiores e 37 menores. Em novembro do mesmo ano, chegaram mais 17 famílias, com setenta e nove pessoas, 39 maiores e quarenta menores, sendo portanto, 139 pessoas ao todo que foram aqui lançadas no meio das feras e sem recursos; entretanto trataram de ganhar a vida, indo alguns, na hoje cidade da Lapa, trabalhar como pedreiros vencendo a diária de 200 Réis! Depois de uma semana de serviço juntaram o salário de todos e compraram uma quarta de farinha e uma de feijão e veio um distribuir pelas famílias. Este quadro conquanto triste e pareça pintado com cores negras, todavia é a expressão da verdade e funda-se em dados históricos.

    Foi elevado este Município à Freguesia pela lei de São Paulo n° 17 de 28 de fevereiro de 1838 e à Vila pela lei provincial (do Paraná) n° 219 de 02 de abril de 1870 e, instalada em 15 de novembro do mesmo ano.

    São estas as informações que a Câmara pode ministrar a Va. Exa., se são incompletas é devido a deficiência de dados históricos. Deus guarde a V. Exa. Paço da Câmara Municipal de Rio Negro, 03 de outubro de 1887.

    Pesquisa por Fábio Reimão de Mello (Professor e Historiador)

    Fonte: Jornal Gazeta de Riomafra / Click Riomafra

  • Dados gerais

    Principais informações da cidade de Rio Negro.

    A área total do município é de 604,63 km² e a sua população é de 31 261 habitantes. É limítrofe ao estado de Santa Catarina, através do rio Negro, tendo sua sede integrada à cidade vizinha de Mafra, formando um aglomerado urbano de cerca de 80.000 habitantes; fenômeno típico de cidades irmãs, localizadas em margens opostas nos pontos de travessia de rios de grande porte, apresentando uma simbiose no relacionamento socioeconômico, comportando-se como uma cidade única. A região destaca-se também no setor de transportes, sendo cortada pelo principal corredor de transporte rodoferroviário que liga a Região Sul às demais regiões do País (BR-116 e tronco da América Latina Logística) e ainda pela BR-280.

    A sede municipal dista 100 quilômetros de Curitiba e do Aeroporto Internacional Afonso Pena, os Portos de Paranaguá a 180 quilômetros, São Francisco do Sul a 120 quilômetros e do Porto de Itajaí a 200 km. Integra a Bacia do Rio Iguaçu, no Alto Iguaçu, sendo na margem direita o rio Negro um de seus principais afluentes e em cuja sub-bacia encontram-se extensas regiões de várzeas inundáveis.

    O rio Negro, neste trecho, tem qualidade da água avaliada pelo IAP como classe 02, ou seja, pode ser utilizada para o consumo desde que tratada, e liberada para o lazer. A região de Rio Negro caracteriza-se por ter um clima subtropical. A temperatura média registrada é de 17°C, a média-máxima é de 28°C e a média-mínima é de 6°C. As geadas são frequentes e fortes por ocasião do inverno, ocorrendo entre os meses de abril e agosto.

    Os alemães

    Em Rio Negro, onde existia um pequeno povoado com o nome de “Capela da Estrada da Mata” com 108 moradores em 1828, localizaram-se famílias alemãs, que teriam embarcado no veleiro alemão Charlote Louise em 30 de junho de 1828, portanto de conformidade com os planos do Governo Imperial em atrair imigrantes europeus ao Brasil. Apesar de terem aportado no Rio de Janeiro em 2 de outubro, somente em janeiro de 1829 chegaram em Antonina, e seu destino foi alcançado em 6 de fevereiro de 1829. (NADALIN, 1969, p. 2).

    Houve duas remessas de colonos alemães para Rio Negro, a pedido do Barão de Antonina que, “para garantir a subsistência própria, tiveram de derrubar as matas, deslocar terras para revolvê-la e plantar o cereal necessário à vida” (CENTENÁRIO, Livro do 1929, p. 37). Com a chegada desses colonos, a povoação ganha impulso e cria um movimento notável para a época.

    Os primeiros alemães a chegar a Rio Negro foram 20 famílias que compunham aproximadamente de 100 pessoas; a segunda leva de imigrantes de colonos alemães era composto de 27 famílias com 138 pessoas. (D’ALMEIDA, Raul – História de Rio Negro, 1976)

    Os alemães bucovinos

    A origem dos bucovinos está na Baviera, estado autônomo do sul da Alemanha. Da região bávara, emigraram em fins do século XVIII um considerável número de famílias camponesas para colonizar algumas áreas a província austríaca da Boêmia (atual República Checa). Em 1838/1840, os descendentes desses camponeses de origem bávara seguiram para a Bucovina, a província mais oriental do Império Austro-Húngaro (e parte da Moldávia histórica), hoje dividida entre Romênia e Ucrânia. Lá, fundaram comunidades e prosperaram; além dos alemães, havia na Bucovina colonos de origem ucraniana, polonesa e húngara, súditos do Império Austro-Húngaro (1813 – 1918).

    Nos anos de 1887 e 1888 os bucovinos emigraram em duas levas para o Brasil, mais especificadamente para Rio Negro, totalizando 377 pessoas divididas em 77 famílias. Na região, os alemães bucovinos (ou austríacos bucovinos, como se afirmam alguns dos mais velhos descendentes) realizaram as tarefas de desbravamento, a começar pela derrubada das matas para o plantio e estabelecimento de sua cultura.

    Os bucovinos ocuparam largo setor de atividades econômicas conquistando relativa prosperidade, conservando no Brasil suas características específicas: língua (dialeto), tradições, danças folclóricas e culinária. Um considerável número de imigrantes se instalou no vizinho município de Mafra e alguns ainda em São Bento do Sul, cidade colonizada, em sua maioria, por alemães oriundos da Baviera, da antiga Boêmia e da Floresta Negra.

    Rio Negro e Mafra formam juntas a maior colônia bucovina existente no Mundo. Faltam, contudo, projetos culturais que garantem a preservação do dialeto (bávaro) bucovino, que diminuiu consideravelmente entre os descendentes. “Tal dialeto é um patrimônio cultural de uma região que, enquanto de língua alemã, não existe mais e sua preservação e promoção é de vital importância para a manutenção da cultura dos emigrantes bucovinos” (ALTMAYER, Everton – Deutsche Dialekte in Brasilien, 2005).

    Anualmente é realizada em Rio Negro a Festa Bucovina (Bukowinenfest), que preserva os costumes dos emigrantes alemães da antiga região da Bucovina. Sempre em julho, a festa conta com grupos folclóricos, corais, bandas tradicionais, além dos pratos típicos e cerveja. A festa é promovida pela comunidade bucovina de Rio Negro e Mafra.

    Os poloneses

    Em 1890, Rio Negro recebeu um considerável número de colonos poloneses que seguiram para a colônia Lucena, então pertencente a Rio Negro.

    Marcaram definitivamente sua presença no município em 1891, alojando-se primeiramente num barracão às margens do Rio Negro, onde viviam com imigrantes de outras origens em difíceis condições. Foram surpreendidos por uma enchente avassaladora, que causou a morte de vários colonos. Além disso, as epidemias causadas pós-enchente mataram mais de trezentos imigrantes poloneses, sem contar os que foram mortos por ocasião do Cerco da Lapa, durante a Revolução Federalista, onde lutaram.

    Posteriormente emancipada de Rio Negro através do Acordo de Limites entre Paraná e Santa Catarina, em 1916, a antiga colônia deu origem ao município de Itaiópolis em Santa Catarina, que preserva até hoje as tradições polonesas.

    Em Rio Negro existe o Clube de Tropeiros “Estrada da Mata”, que tem por objetivo resgatar a história dos tropeiros e do município, como surgiram, quais os primeiros moradores, sua etnia e manter um relacionamento de confraternização, amizade e lealdade, preservando os costumes e tradição do tropeirismo.

    Data de 4 de fevereiro de 1883 a chegada do vapor Cruzeiro ligando Rio Negro a Canoinhas, Porto União da Vitória e Curitiba. Os vapores mais frequentes eram o “Pery”, “Rio Negro”, “Curitiba” e “Iguaçu”. A navegação do Rio Negro durou até 1953 com a liquidação do Lloid Paranaense.

    Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

  • Localização e principais distâncias

    Rio Negro é um município brasileiro situado na região suleste do estado do Paraná. Localiza-se a uma latitude 26º06'21" sul e a uma longitude 49º47'51" oeste, estando a uma altitude de 780 metros.

    Blumenau (SC): 182 km
    Brasília (DF): 1491 km
    Chapecó (SC): 387 km
    Criciúma (SC): 458 km
    Curitiba (PR): 105 km
    Florianópolis (SC): 310 km
    Joinville (SC): 135 km
    Lages (SC): 252 km
    Porto Alegre (RS): 589 km
    São Paulo (SP): 519 km

  • Mapa dinâmico

    Visualize as ruas de Rio Negro utilizando o mapa dinâmico.


  • Principais atrativos

    Clique aqui e confira a lista completa de atrativos da cidade de Rio Negro.

      Parque Ecoturístico Municipal São Luís de Tolosa
      SEMINÁRIO E “COLLEGIO SERAPHICO” O “Seminário” tem suas origens em Blumenau (SC). Lá funcionava o Collegio Seraphico Santo Antonio, fundado por padres franciscanos vindos em 1891da Província Santa Cruz, Saxônia, Alemanha. O espaço da edificação em Blumenau, considerado acanhado,...
      Cidade de Belém - Presépio
      A Cidade de Belém e o Presépio estão numa área de 50m2, com aproximadamente 1.700 personagens, além das peças que compõem os cenários, criados com palha de milho, isopor, madeira e tecido. Os personagens retratam as várias profissões da...
      Trilhas ecológicas
      O parque possui trilhas com aproximadamente 4.830 metros de comprimento. Uma parte que era usada pelos franciscanos foi recuperada e é utilizada para passeios, caminhadas e visitação turística. O restante das trilhas está em estado natural e são utilizadas...
      Praça Alemã
      Inaugurada em dia 22 de dezembro de 2011, junto ao trevo principal da cidade. Foi construída com recursos do Programa Paraná Urbano, no valor de R$ 220.254,86.
      Capela Cônego José Ernser
      Chama atenção pelo seu valor artístico. Seu interior é todo constituído de pintura mural efetuada no período de 1932 a 1935 por Pedro Cechet e seu forro é revestido pela técnica do “estuque” (madeira entrelaçada e internamente revestida com...
      Centro Ambiental “Casa Branca”
      Antiga casa usada pelos franciscanos como cada de hóspedes e que depois de recuperada passou a abrigar o Centro Ambiental, voltado a desenvolver pesquisas científicas da flora e fauna locais, oferecer informações e atividades na área ambiental para integração...
      Espaço que começou a ser delineado em 1906. Em 30 de outubro de 1930 recebe oficialmente o nome de Praça João Pessoa. É cortada por passeios iluminados proporcionando paz e tranqüilidade aos usuários. Dispersos em sua extensão existem símbolos...
      Rolo Compressor Maria Fumaça
      Este veículo, pertencente à prefeitura, foi fabricado em 1929 por Berliner Maschinenbau A.G. sob a marca L. Schwartzkopff, de Berlim, Alemanha. Movido à lenha, é semelhante a uma “Maria-fumaça”, pois também funcionava com o vapor que se forma com...
      Criado em 03 de abril de 1944 na cidade do Rio de Janeiro, instalando-se em 9 de outubro de 1944 na cidade de Santo Ângelo-RS e transferindo para Rio Negro-PR em janeiro de 1973, ocupando as instalações que abrigaram...
      Portal de Entrada
      Construído em estilo alemão bucovino. Inaugurado em novembro de 2006. Um marco da colonização rionegrense edificado em concreto e madeira entalhada.
  • Clique aqui e saiba onde se hospedar.

    Clique aqui e confira a lista completa de lugares para alimentação.

  • Telefones úteis

    Lista de telefones das principais utilidades públicas.

    Ambulâncias - 192

    Corpo de Bombeiros – 193 / (47) 3642-1899

    Água e Esgoto – 195

    Hospital Bom Jesus – (47) 3642-3470

    Maternidade Rio Negro – (47) 3642-1770

    Secretaria de Saúde – (47) 3642-5567

    Polícia Militar – 190 / (47) 3642-4113

    Delegacia de Polícia – (47) 3642-1557

    Delegacia da Mulher – (47) 3642-5568

    Polícia Rodoviária - (47) 3642-0790

    Prefeitura – (47) 3642-3280

    Terminal rodoviário - (47) 3642-1979

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    Celesc – (47) 3641-5000

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    Pontos de taxis:

    Praça João Pessoa – (47) 3642-1488

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    Rua XV de Novembro – (47) 3642-1333

    Rodoviária – (47) 3642-2278

  • Hino da cidade de Rio Negro

    Utilize o player abaixo para ouvir o hino.

    Composição: Cláudio Alvim Barbosa (Zininho)

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    Na pequena capela da mata,
    Nos caminhos dos Campos Gerais,
    Tu nasceste, querida Rio Negro,
    Da bravura dos seus ancestrais.
    És da Mafra fiel companheira
    E seguindo caminhos iguais
    És imagem de felicidade
    Desde os tempos dos Campos Gerais.

    Oh! Rio Negro, singela e formosa.
    És a ternura de um botão de rosa.

    Em teu seio, querida Rio Negro,
    Vive um povo ordeiro e feliz
    Que tem fé e amor ao trabalho
    E a Deus agradece e bendiz
    Pela glória dos teus fundadores,
    Pela honra dos seus ancestrais,
    Por teus feitos brilhantes na história
    Nos caminhos dos Campos Gerais.

    Na beleza da tua paisagem,
    És um hino a fraternidade,
    És ternura de um botão de rosa
    A florir na fronteira da amizade.
    Na pujança do bravo Rio Negro,
    Na candura de um riso infantil,
    És prelúdio de fé e esperança
    No amanhã de um grandioso Brasil.

  • Brasão e bandeira da cidade de Rio Negro

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    Brasão de armas


    “Os significados das figuras do brasão rionegrense”

    A representação de algo real por meio de símbolos é algo comum para todos nós, países, instituições, empresas, marcas e produtos são retratados através de desenhos, dos escudos de clubes de futebol aos brasões de famílias, esses símbolos não só estão presentes em nosso dia-a-dia, como retratam e carregam em si, mensagens, idéias ou mesmo a história daquilo que representam.

    Símbolos municipais, como a bandeira e o brasão, são bons exemplos disso, pois mais do que simplesmente representar o município, eles carregam consigo diversos elementos, que podem tanto ser identificados por meio de uma observação mais atenta, quanto revelar um pouco da própria da história do município. Assim, com Rio Negro aniversariando na próxima semana, vejamos o que o brasão do município nos diz sobre a nossa cidade e o nosso povo.

    Seguindo regras da Heráldica (ciência que estuda os brasões e escudos), o brasão rionegrense é assim descrito (Lei n°. 168/1974): “Escudo português redondo, encimado por um castelo mural de Prata de oito torres ameias e a sua porta cada mea”. Em campo de sínople, uma banda branca, tendo sobre este no cantão em chefe, um pinheiro ladeado por um ramo de tabaco e por um de erva-mate. No cantão esquerdo do extremo um leão de púrpura, trazendo nas garras um catecismo, nas espáduas um machado de ouro. No cantão esquerdo superior, as armas do império do Brasil e no direito inferior, as da Prússia. No listel em campo de goles as palavras “Trabalho, Fé e Perseverança.”

    Para facilitar o entendimento, deixemos um pouco de lado as regras heráldicas de descrição e atentemos para as figuras que compõe o brasão, o significado que cada uma delas possui e a leitura que todo o conjunto proporciona:

    Escudos podem ter diferentes formatos, relacionados com sua origem mais remota, o formato do escudo rionegrense é o de origem portuguesa (com base arredondada), escolhido por fazer referência ao descobrimento e à colonização lusitana do Brasil, tendo as cores e a geometria seguido o modelo da bandeira do estado do Paraná.

    Externamente ao escudo há o chamado “Castelo Mural”, uma coroa na forma de torres de castelo, que simboliza a riqueza de uma cidade e também a sua autonomia em relação às demais, o que pode muito bem ser compreeendido como símbolo da emancipação política Rionegrense em relação à Lapa (1870).

    Dentro do escudo, no canto superior esquerdo, há a representação de um pinheiro e ramos de erva-mate e fumo, onde enquanto o pinheiro faz alusão à mata nativa da região, os ramos de erva-mate e fumo representam tanto os produtos, quanto a própria produção agrícola do Município.

    Abaixo e à direita podemos observar um leão com um machado às costas segurando um livro, um conjunto de imagens com significado próprio, que faz referência ao período de surgimento de Rio Negro.  Os desenhos do leão em duas patas, assim como o machado, são conhecidos símbolos de famílias, cuja combinação refere-se diretamente ao fundador do município, João da Silva Machado – o Barão de Antonina. O livro (catecismo – utilizado na instrução religiosa) que o leão segura em suas patas, diz respeito à religiosidade da população e nos remete a antiga Capela da Mata, obra do próprio Barão de Antonina.

    Completam o brasão, em seu canto inferior esquerdo, as armas da Prússia (antigo estado do norte alemão) onde figura a imagem de uma águia, fazendo referência à colonização alemã de 1829 e, no canto superior direito, as armas do Brasil na época do império, período no qual Rio Negro emancipou-se politicamente e que lembra a Unidade Nacional.

    Dessa forma, fazendo uma leitura geral, podemos afirmar que o brasão rionegrense nos remete à história do próprio município, do seu fundador à capela da mata, de sua natureza e potencial agrícola, do surgimento de seu embrião com a ereção da capela da mata,  à sua autonomia administrativa como cidade, da colonização por imigrantes estrangeiros à própria condição de brasilidade. Diversas figuras com vários significados, que contam um pouco da história do município (e não a esgotam de forma alguma) e juntos representam não só uma cidade que comemora mais um aniversário na próxima semana, mas todo o povo que a compõe.


    Por Fábio Reimão de Mello (Professor e historiador)

    Publicado no canal História do portal Click Riomafra

  • Prefeitura Municipal da cidade de Rio Negro

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